sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Sem acordo, greve dos Correios continua e será julgada na Justiça


Os funcionários dos Correios em greve há 24 dias e a ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) não chegaram a um acordo na audiência de conciliação no TST (Tribunal Superior Eleitoral) e a grave será decidida na Justiça. O julgamento será na próxima terça-feira (11), às 16h.

O ministro Maurício Delgado foi escolhido para relatar o processo. O TST decidirá sobre a legalidade da greve e sobre as reivindicações. Independente do resultado, a greve acaba após o julgamento.

Essa foi a segunda reunião no tribunal. Na última terça-feira (4) empresa e funcionários se reuniram, fecharam um acordo, mas a proposta foi rejeitada pela categoria em 16 Estados e no Distrito Federal.

Enquanto o TST não decidir sobre a greve, os trabalhadores dos Correios terão que manter pelo menos 40% dos funcionários das agências da empresa trabalhando. Se a decisão não for cumprida, a Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares), que representa os grevistas, poderá pagar uma multa diária de R$ 50 mil.

Proposta

O presidente do TST (Tribunal Superior do Trabalho), João Oreste Calazen, fez uma proposta de R$ 60 a partir de 1º de janeiro de 2012 e R$ 800 de abono. Além disso, os seis primeiros dias parados seriam descontados na folha de pagamento dos servidores em 12 parcelas e os outros 18 dias de paralisação seriam compensados com horas extras nos fins de semana.

A proposta foi aceita pela empresa, mas rejeitada pelos funcionários, que não aceitam ter os dias descontados e ainda ter que compensar com horas extras. O ministro lembrou que, em julgamento de dissídio coletivo - quando a greve é julgada pela Justiça do Trabalho - os trabalhadores podem acabar com todos os dias cortados.

- O tribunal só considera que não pode ter desconto dos dias parados quando a greve é por falta de pagamento. Os funcionários precisam compreender que podem ter até todos os dias descontados no julgamento.

Assembleias

Até a manhã de terça-feira empresa e funcionários ainda podem chegar a um acordo. Na segunda-feira (10) os sindicatos de todo o país farão assembleias para decidir se aceitam ou não o última proposta feita pelo ministro presidente do TST.

O secretário-geral da Federação que representa os funcionários, José Nivaldo da Silva, explica que o maior problema das negociações foi o corte dos primeiros seis dias parados, o que não ocorria há muitos anos.

- Os funcionários até hoje não aceitaram o corte dos seis dias. A proposta será levada às assembleias e a categoria vai decidir. Agora as lideranças sindicais em todo o país precisam esclarecer o que significa o risco do julgamento do TST.

Estoque

O vice-presidente de gestão de pessoal da ECT, Larry de Almeida, lamentou a falta de acordo, mas explicou que aproximadamente 80% do efetivo está trabalhando.

- Hoje cerca de 160 mil correspondências em estoque, mas não há correspondência parada. Nós estamos dando seguimento às operações, mas há atraso.

Ele estima que com a volta do serviço normal, os Correios levarão até sete dias para conseguir entregar todas as correnspondências em estoque.

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